Macondo era minha.
Vivi os cem anos da família Buendía;
acompanhei a morte anunciada;
esperei a carta com o coronel;
me amargurei com o vento da desgraça de Erêndira;
presenciei sem fôlego o ditador e seu outono;
vivi a espera de meio século pelo amor para sempre navegando sob a bandeira do cólera...
GABO imprimiu em mim cenas indeléveis:
os cabelos da menina que não paravam de crescer mesmo após a morte,
o velho com asas enormes,
a avó desalmada,
a mamãe grande,
as borboletas que envolviam Maurício Babilônia e Remedios (Meme)...
O traço de Carybé contribuiu para que eu as guardasse com espanto e ternura.No meu "Tempo de Aldeia", a obra que mudou meu olhar de leitora se faz presente:
"Logo que cheguei às terras dos Waimiri-Atroari, eu morava no Posto Indígena Jundiá. E lá vi bandos de borboletas amarelas pousadas nas roupas de molho na beira do igarapé. Ao me aproximar delas, alçavam voo, envolvendo-me em nuvem alada, colorindo a paisagem, enfeitando o ar – como uma cena saída das páginas de um livro que tenho guardado em mim."
PARA SEMPRE GRATA!